TERÇA 08 / 05 - TEMPOS MODERNOS, de Charles Chaplin, no projeto LUZ, CAMERA E REFLEXÃO



Filme produzido e dirigido por Charles Chaplin em 1936. O filme, em preto e branco, é o último filme mudo que foi produzido por Chaplin. A história se passa nos Estados Unidos pós crise de 1929, fato esse que acabou levando o país à Grande Depressão. Uma das consequências da grande recessão econômica, foi o surgimento de uma massa de desempregado e milhões de pessoas esfomeadas. No período pós crise de 1929 houve uma grande queda na produção industrial nos Estados Unidos. Empresas e bancos faliram, demitindo seus funcionários e agravando ainda mais a situação econômica e social. A crise repercutiu mundo afora, inclusive no Brasil.
O modelo de sociedade urbana que começava a vigorar na época passava pela industrialização. Como característica dessa industrialização observamos que no período a base do sistema de produção eram as linhas de montagens nas fábricas, gerando uma aceleração na produção e nas relação de trabalho. As máquinas acabaram fazendo o trabalho de muitos homens. Além disso, as pessoas passaram a se especializar em determinada etapa da produção, já que isso diminuia o tempo gasto de deslocamento para a etapa seguinte, consequentemente gerando ainda mais lucro para o dono da fábrica. Um importante momento do filme no que se refere à rapidez na produção é retratado no comedor para os funcionários, que visa diminuir o tempo de refeição para apenas 15 minutos, consequentemente fazendo o operário trabalhar mai s.
É nesse contexto da história que o personagem de Chaplin acaba conseguindo trabalho numa indústria. Como proletário, ele tem que vender a sua força de trabalho. Na empresa ele passa a liderar um movimento grevista, tornado-se lider do movimento e sendo perseguido por isso. Apaixona-se pela “mocinha” do filme, que faz uma critica clara a modernidade, onde o que se quer é o lucro não importando de que maneira ele seja conseguido.
Todo esse sistema de produção, atrelado à crise econômica, acaba gerando imensas desigualdades sociais e a concentração de renda na mãos de uma pequena parcela da população. Há também retratos da luta de classe entre o operariado e o dono dos bens de produção. É um retrato do modernidade e da aceleração do tempo. Vale a pena assisitir.

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