BELLA DE ARTES apresenta DOGVILLE , direção Lars von Trier



LOCAL: Instituto Cultural Companhia Bella de Artes
Rua Prefeito Chagas, 305, andar PL
DATA: Terça feira, 24 de abril de 2012
HORÁRIO: 20h
INFORMAÇÕES: (35) 3715.5563 / ciabelladeartes.blogspot.com

 
 Em 2003, o diretor dinamarquês Lars von Trier lança Dogville. O diretor está inserido no Dogma 95, movimento cinematográfico que tem como objetivo retratar o aspecto mais real e menos comercial dos filmes, sem apelar para os efeitos especiais. Dogville faz parte de sua trilogia “EUA – A Terra das oportunidades”, tendo como sequência Manderlay (que saiu em 2005) e Washington (que ainda não tem data prevista para ser lançado).

Trata-se de um filme excepcional. Sua filmagem se dá de maneira simples, sem os recursos cenográficos e acústicos tão presente nos filmes de Hollywood. Os cenários são minimalistas e abusam da ideia de que há algo r epresentado no espaço. Pelo menos na mente do espectador. Aspectos da natureza são apontados pelos personagens, mesmo que eles não existam na realidade. O diretor trabalha a ideia da paisagem, do céu, da luz, da noite e do noite de maneira subjetiva, sem a necessidade de mostrá-los em loco. Não há música, nem deslocamento do tempo e do espaço. Só a ideia de sua presença.

Um dos pontos culminantes do filme é a maneira como von Trier retrata a arrogância humana, em especial aos personagens representados na trama, numa referência à população estadunidense (não toda, mas numa referência mais geral aos seus dirigentes). Tal fato provocou a manifestação de muitos telespectadores que se sentiram ofendidos na maneira como ele demonstrou aspectos dos Estados Unidos (mesmo sem nunca ter pisado no país), levando a crítica e a imprensa a dizer que von Triers era um antiamericano.

O contexto histórico da trama é a Grande Recessão American a pós crise de 29. O pano de fundo do filme acontece em Dogville, um lugarejo fictício incrustado nas Montanhas Rochosas (apesar de retratar os EUA, o filme é todo feito na Suécia) e que tem em Grace (Nicole Kidman) a personagem principal.
Fugindo de um grupo de mafioso, Grace é acolhida em Dogville. Mas o preço que terá que pagar para manter-se salva é muito alto. Ela deverá fazer tudo os que os moradores querem, mesmo que isso seja contrário à moral e ao bom compartamento humano, para poder sobreviver. Assim, irá conhecer o lado sombrio das pessoas retratado no orgulho, na ira, na inveja, na avareza, na vaidade dos que a cercam. É o retrato da alma humana, num aspecto que não queremos conhecer, mas que sabemos que habita em alguma parte de nós.

Lars von Trier mostra a falta de fé que existe hoje na humanidade, uma crítica explicita à sociedade de classe, mas especificamente ao modo como vive a sociedade estadunidense, onde impera o indivi dualismo em detrimento do coletivo. Deixa claro a ideia de xenofobia, o ódio ao outro, a cultura do forasteiro, ao seu modo de vida. Como se houvesse em determinado povo a solução para todos os problemas da humanidade. E não há.
Vale a pena ver. Dogville, produção de 2003. Dinamarca, Suíça, França, Noruega, Holanda, Finlândia, Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra. Censura: 16 anos.

A curadoria do cineclube é dos professores Lucas Marciano e Rozana Maris Faro, com colaboração do professor Hevisley Ferreira. O cineclube do ICCBA é parceria com o Sinpro (Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais) e a UJS. A idade mínima recomendada para assistir aos filmes é de 18 anos. O Instituto Cultural Cia Bella de Artes fica à Rua Prefeito Chagas, 305, Pilotis, Centro Empresarial Manhattan. Mais informações: 3715-5563.

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