SARAU DE POESIA: RESULTADO DA ENQUETE - CHICO BUARQUE X VINÍCIUS DE MORAES = EMPATE

RESULTADO - DUELO DE TITÃS

NA TERÇA-FEIRA, DIA 14/06, O RESULTADO DA ENQUETE "DUELO DE TITÃS - ESCOLHA até dia 14/06 quem será o HOMENAGEADO DO SARAU DE POESIA (CHICO BUARQUE ou VINÍCIUS DE MORAES)", FOI O SEGUINTE:

BLOG - TOTAL: 24 VOTOS
CHICO BUARQUE: 12 VOTOS
VINÍCIUS DE MORAES: 12 VOTOS

FACEBOOK - TOTAL: 14 VOTOS
CHICO BUARQUE: 07 VOTOS
VINÍCIUS DE MORAES: 07 VOTOS

RESULTADO FINAL: 38 VOTOS
CHICO BUARQUE: 19 VOTOS
VINÍCIUS DE MORAES: 19 VOTOS

EMPATE

PORTANTO

O SARAU DE POESIA DE 30 JUNHO, ÀS 20 HORAS TERÁ DOIS HOMENAGEADOS

CHICO BUARQUE
e
VINÍCIUS DE MORAES


Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia.
Vinícius de Moraes
O que será ser só
Quando outro dia amanhecer?
Será recomeçar?
Será ser livre sem querer?
Chico Buarque

VINÍCIUS DE MORAES 

1913

Nasce, em meio a forte temporal, na madrugada de 19 de outubro , no antigo nº 114 (casa já demolida) da rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico, ao lado da chácara de seu avô materno, Antônio Burlamaqui dos Santos Cruz. São seus pais d. Lydia Cruz de Moraes e Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, este, sobrinho do poeta, cronista e folclorista Mello Moraes Filho e neto do historiador Alexandre José de Mello Moraes.

1916

A família muda-se para a rua Voluntários da Pátria, nº 192, em Botafogo, passando a residir com os avós paternos, d. Maria da Conceição de Mello Moraes e Anthero Pereira da Silva Moraes.

1917

Nova mudança para a rua da Passagem, nº 100, ainda em Botafogo, onde nasce seu irmão Helius. Vinicius e sua irmã Lygia entram para a escola primária Afrânio Peixoto, à rua da Matriz.

1919

Transfere-se para a rua 19 de fevereiro, nº 127

1920

Mudança para a rua Real Grandeza, nº130. Primeiras namoradas na escola Afrânio Peixoto. È batizado na maçonaria, por disposição de seu avô materno, cerimônia que lhe causaria grande impressão.

1922

Última residência em Botafogo, na rua Voluntários da Pátria, nº 195. Impressão de deslumbramento com a exposição do Centenário da Independência do Brasil e de curiosidade com o levante do Forte de Copacabana, devido a uma bomba que explodiu perto de sua casa. Sua família transfere-se para a Ilha do Governador, na praia de Cocotá, nº 109-A, onde o poeta passa suas férias.

1923

Faz sua primeira comunhão na Matriz da rua Voluntários da Pátria.

1924

Inicia o Curso Secundário no Colégio Santo Inácio, na rua São Clemente.
Começa a cantar no coro do colégio, durante a missa de domingo. Liga-se de grande amizade a seus colegas Moacyr Veloso Cardoso de Oliveira e Renato Pompéia da Fonseca Guimarães, este, sobrinho de Raul Pompéia, com os quais escreve o "épico" escolar, em dez cantos, de inspiração camoniana: os acadêmicos.A partir daí participa sempre das festividades escolares de encerramento do ano letivo, seja cantando, seja atuando nas peças infantis.

1927

Conhece e torna-se amigos dos irmãos Paulo e Haroldo Tapajoz, com os quais começa a compor. Com eles, e alguns colegas do Colégio Santo Inácio, forma um pequeno conjunto musical que atua em festinhas, em casa de famílias conhecidas.

1928

Compõe, com os irmãos Tapajoz, "Loura ou morena" e "Canção da noite", que têm grande sucesso popular.
Por essa época, namora invariavelmente todas as amigas de sua irmã Laetitia.

1929

Bacharela-se em Letras, no Santo Inácio. Sua família muda-se da Ilha do Governador para a casa contígua àquela onde nasceu, na rua Lopes Quintas, também já demolida.

1930

Entra para a faculdade de Direito da rua do Catete, sem vocação especial. Defende tese sobre a vinda de d. João VI para o Brasil para ingressar no "Centro Acadêmico de Estudos Jurídicos e Sociais" (CAJU), onde se liga de amizade a Otávio de Faria, San Thiago Dantas, Thiers Martins Moreira, Antônio Galloti, Gilson Amado, Hélio Viana, Américo Jacobina Lacombe, Chermont de Miranda, Almir de Andrade e Plínio Doyle.

1931

Entra para o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR).

1933

Forma-se em Direito e termina o Curso de Oficial de Reserva.
Estimulado por Otávio de Faria, publica seu primeiro livro, O caminho para a distância, na Schimidt Editora.

1935

Publica Forma e exegese, com o qual ganha o prêmio Felipe d'Oliveira.

1936

Publica, em separata, o poema "Ariana, a mulher".
Substitui Prudente de Morais Neto, como representante do Ministério da Educação junto à Censura Cinematográfica.Conhece Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, dos quais se torna amigo.

1938

Publica novos poemas e é agraciado com a primeira bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford (Magdalen College), para onde parte em agosto do mesmo ano.
Funciona como assistente do programa brasileiro da BBC.Conhece, em casa de Augusto Frederico Schimidt, o poeta e músico Jayme Ovalle, de quem se torna um dos maiores amigos.

1939

Casa-se por procuração com Beatriz Azevedo de Mello.
Regressa da Inglaterra em fins do mesmo ano, devido à eclosão da II Grande Guerra. Em Lisboa encontra seu amigo Oswald de Andrade com quem viaja para o Brasil.

1940

Nasce sua primeira filha, Susana.
Passa longa temporada em São Paulo, onde se liga de amizade com Mário de Andrade.

1941

Começa a fazer jornalismo em A Manhã, como crítico cinematográfico e a colaborar no Suplemento Literário ao lado de Rineiro Couto, Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Afonso Arinos de Melo Franco, sob a orientação de Múcio Leão e Cassiano Ricardo.

1942

Inicia seu debate sobre cinema silencioso e cinema sonoro, a favor do primeiro, com Ribeiro Couto, e em seguida com a maioria dos escritores brasileiros mais em voga, e do qual participam Orson Welles e madame Falconetti.
Nasce seu filho Pedro.A convite do então prefeito Juscelino Kubitschek, chefia uma caravana de escritores brasileiros a Belo Horizonte, onde se liga de amizade com Otto Lara Rezende, Fernando Sabino, Hélio Pelegrino e Paulo Mendes Campos.Inicia, com seus amigos Rubem Braga e Moacyr Werneck de Castro, a roda literária do Café Vermelhinho, à qual se misturam a maioria dos jovens arquitetos e artistas plásticos da época, como Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Afonso Reidy, Jorge Moreira, José Reis, Alfredo Ceschiatti, Santa Rosa, Pancetti, Augusto Rodrigues, Djanira, Bruno Giorgi.Freqüenta, nessa época, as domingueiras em casa de Aníbal Machado.Conhece e se torna amigo da escritora Argentina Maria Rosa Oliver, através da qual conhece Gabriela Mistral.Faz uma extensa viagem ao Nordeste do Brasil acompanhando o escritor americano Waldo Frank, a qual muda radicalmente sua visão política, tornando-se um antifacista convicto. Na estada em Recife, conhece o poeta João Cabral de Melo Neto, de quem se tornaria, depois, grande amigo.

1943

Publica suas Cinco elegias, em edição mandada fazer por Manuel Bandeira, Aníbal Machado e Otávio de Faria.
Ingressa, por concurso, na carreira diplomática.

1944

Dirige o Suplemento Literário de O Jornal, onde lança, entre outros, Oscar Niemeyer, Pedro Nava, Marcelo Garcia, francisco de Sá Pires, Carlos Leão e Lúcio Rangel, em colunas assinadas, e publica desenhos de artistas plásticos até então pouco conhecidos, como Carlos Scliar, Athos Bulcão, Alfredo Ceschiatti, Eros (Martim) Gonçalves, Arpad Czenes e Maria Helena Vieira da Silva.

1945

Colabora em vários jornais e revistas, como articulista e crítico de cinema.
Faz amizade com o poeta Pablo Neruda.Sofre um grave desastre de avião na viagem inaugural do hidro Leonel de Marnier, perto da cidade de Rocha, no Uruguai. Em sua companhia estão Aníbal Machado e Moacir Werneck de Castro.Faz crônicas diárias para o jornal Diretrizes.

1946

Parte para Los Angeles, como vice-cônsul, em seu primeiro posto diplomático. Ali permanece por cinco anos sem voltar ao Brasil.
Publica em edição de luxo, ilustrada por Carlos Leão, seu livro, Poemas, sonetos e baladas.

1947

Em Los angeles, estuda cinema com Orson Welles e Gregg Toland. Lança, com Alex Viany, a revista Film.
1949
João Cabral de Melo Neto tira, em sua prensa mensal, em Barcelona, uma edição de cinqüenta exemplares de seu poema "Pátria minha".

1950

Viagem ao México para visitar seu amigo Pablo Neruda, gravemente enfermo. Ali conhece o pintor David Siqueiros e reencontra seu grande amigo, o pintor Di Cavalcanti.
Morre seu pai.Retorno ao brasil.

1951

Casa-se pela segunda vez com Lila Maria Esquerdo e Bôscoli.
Começa a colaborar no jornal Última Hora, a convite de Samuel Wainer, como cronista diário e posteriormente crítico de cinema.

1952

Visita, fotografa e filma, com seus primos, Humberto e José Francheschi, as cidades mineiras que compõe o roteiro do Aleijadinho, com vistas à realização de um filme sobre a vida do escultor que lhe fora encomendado pelo diretor Alberto Cavalcanti.
É nomeado delegado junto ao festival de Punta Del Leste, fazendo paralelamente sua cobertura para o Última Hora. Parte logo depois para a Europa, encarregado de estudar a organização dos festivais de cinema de Cannes, Berlim, Locarno e Veneza, no sentido da realização dos Festival de Cinema de São Paulo, dentro das comemorações do IV Centenário da cidade.Em Paris, conhece seu tradutor francês, Jean Georges Rueff, com quem trabalha, em Estrasburgo, na tradução de suas Cinco elegias.

1953

Nasce sua filha Georgiana.
Colabora no tablóide semanário Flan, de Última Hora, sob direção de Joel Silveira.Aparece a edição francesa das Cinq élégies, em edição de Pierre Seghers.Liga-se de amizade com o poéta cubano Nicolás Guillén.Compõe seu primeiro samba, música e letra, "Quando tú passas por mim".Faz crônicas diárias para o jornal A Vanguarda, a convite de Joel Silveira.Parte para Paris como segundo secretário de Embaixada.

1954

Sai a primeira edição de sua Antologia Poética. A revista Anhembi publica sua peça Orfeu da Conceição, premiada no concurso de teatro do IV Centenário do Estado de São Paulo.

1955

Compões em Paris uma série de canções de câmara com o maestro Cláudio Santoro. Começa a trabalhar para o produtor Sasha Gordine, no roteiro do filme Orfeu Negro. No fim do ano vem com ele ao Brasil, por uma curta estada, para conseguir financiamento para a produção da película, o que não consegue, regressando em fins de dezembro a Paris.

1956

Volta ao Brasil em gozo de licença-prêmio.
Nasce sua terceira filha, Luciana.Colabora no quinzenário Para Todos a convite de seu amigo Jorge amado, em cujo primeiro número publica o poema "O operário em construção".Paralelamente aos trabalhos da produção do filme Orfeu Negro, tem o ensejo de encenar sua peça Orfeu da Conceição, no Teatro Municipal, que aparece também em edição comemorativa de luxo, ilustrada por Carlos Scliar.Convida Antônio Carlos Jobim para fazer a música do espetáculo, iniciando com ele a parceria que, logo depois, com a inclusão do cantor e violonista João Gilberto, daria início ao movimento de renovação da música popular brasileira que se convencionou chamar de bossa nova.Retorna ao poste, em Paris, no fim do ano.

1957

É transferido da Embaixada em Paris para a Delegação do Brasil junto à UNESCO. No fim do ano é removido para Montevidéu, regressando, em trânsito, ao Brasil.
Publica a primeira edição de seu Livro de Sonetos, em edição de Livros de Portugal.

1958

Sofre um grave acidente de automóvel. Casa-se com Maria Lúcia Proença. Parte para Montevidéu. Sai o LP Canção do Amor Demais, de músicas suas com Antônio Carlos Jobim, cantadas por Elizete Cardoso. No disco ouve-se, pela primeira vez, a batida da bossa novas, no violão de João Gilberto, que acompanha acantora em algumas faixas, entre as quais o samba "Chega de Saudade", considerado o marco inicial do movimento.

1959

Sai o Lp Por Toda Minha Vida, de canções suas com Jobim, pela cantora Lenita Bruno.
O filme Orfeu negro ganha a Palme d'Or do Festival de Cannes e o Oscar, de Hollywood, como melhor filme estrangeiro do ano.Aparece o seu livro Novos poemas II.Casa-se sua filha Susana.

1960

Retorna à Secretria do Estado das Relações Exteriores.
Em novembro, nasce seu neto, Paulo.Sai a segunda edição de sua Antologia Poética, pela Editora de Autor; a edição popular da peça Orfeu da Conceição, pela livraria São José e Recette de Femme et autres poèmes, tradução de Jean-Georges Rueff, em edição Seghers, na coleção Autour du Monde.

1961

Começa a compor com Carlos Lira e Pixinguinha.
Aparece Orfeu Negro, em tradução italiana de P.A. Jannini, pela Nuova Academia Editrice, de Milão.

1962

Começa a compor com Baden Powell, dando inicio à série de afro-sambas, entre os quais, "Berimbau" e "Canto de Ossanha".
Compõe, com música de Carlos Lyra, as canções de sua comédia-musicada Pobre menina rica.Em agosto, faz seu primeiroshow, de larga repercussão, comAntônio Carlos Jobim e João Gilbert,na boate AuBom Gourmet, que daria início aos chamados pocket-shows, e onde foram lançados pela primeira vez grandes sucessos internacionais como "Garota de Ipanema" e o "Samba da bênção"Show com Carlos Lyra,na mesma boate, paraapresentar Pobre menina rica e onde é lançada a cantora Nara Leão.Compõe com Ari Barroso as últimas canções do grande compositor popular, entre as quais "Rancho das namoradas".Aparece a primeira edição de Para viver um grande amor, pela Editora do Autor, livro de crônicas e poemas.Grava, como cantor, seu disco com a atriz e cantora Odete Lara.

1963

Começa a compor com Edu Lobo.
Casa-se com Nelita Abreu Rocha e parte em posto para Paris, na delegação do Brasil junto a UNESCO.

1964

Regressa de Paris e colabora com crônicas semanais para a revista Fatos e Fotos, assinando paralelamente crônicas sobre música popular para o Diário Carioca.
Começa a compor com Francis Hime.Faz show de grande sucesso com o compositor e cantor Dorival Caymmi, na boate Zum-Zum, onde lança o Quarteto em Cy. Do show é feito um LP.

1965

Sai Cordélia e o peregrino, em edição do Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultura.
Ganha o primeiro e o segundo lugares do I Festival de Música Popular de São Paulo, da TV Record, em canções de parceria com Edu Lobo e Baden Powell.Parte para Paris e St.Maxime para escrevero roteiro do filme Arrastão, indispondo-se, subseqüentemente, com seu diretor, e retirando suas músicas do filme. De Paris voa para Los Angeles a fim de encontrar-se com seu parceiro Antônio Carlos Jobim.Muda-se de Copacabana para o Jardim Botânico, à rua Diamantina, nº20.Começa a trabalhar com o diretor Leon Hirszman, do Cinema Novo, no roteiro do filme Garota de Ipanema.Volta ao show com Caymmi, na boate Zum-Zum.

1966

São feitos documentários sobre o poeta pelas televisões americana, alemã, italiana e francesa, sendo que os dois últimos realizados pelos diretores Gianni Amico e Pierre Kast.
Aparece seu livro de crônicas Para uma menina com uma flor pela Editora do Autor.Seu "Samba da bênção", de parceria com Baden Powell, é incluída, em versão de compositor e ator Pierre Barouh, no filme Un homme… une femme, vencedor do Festival de Cannes do mesmo ano.Participa do jurí do mesmo festival.

1967

Aparecem, pela Editora Sabiá, a 6ª edição de sua Antologia poética e a 2ª do seu Livro de sonetos (aumentada).
É posto à disposição do governo deMinas Gerais no sentido de estudar a realização anual de um Festival de Arte em Ouro Preto, cidade à qual faz freqüentes viagens.Faz parte do jurí do Festival de Música Jovem, na Bahia.Estréia do filme Garota de Ipanema.

1968

Falece sua mãe no dia 25 de fevereiro.
Aparece a primeira edição de sua Obra poética, pela Companhia José Aguilar Editora.Poemas traduzidos para o italiano por Ungaretti.

1969

É exonerado do Itamaraty.
Casa-se com Cristina Gurjão.

1970

Casa-se com a atriz baiana Gesse Gessy.
Nasce Maria, sua quarta filha.Início da parceria com Toquinho.

1971

Muda-se para a Bahia.
Viagem para Itália.

1972

Retorna à Itália com Toquinho onde gravam o LP Per vivere un grande amore.

1973

Publica "A Pablo Neruda".

1974

Trabalha no roteiro, não concretizado, do filme Polichinelo.

1975

Excursiona pela Europa. Grava, com Toquinho, dois discos na Itália.

1976

Escreve as letras de "Deus lhe pague", em parceria com Edu Lobo.
Casa-se com Marta Rodrihues Santamaria.

1977

Grava um LP em Paris, com Toquinho.
Show com Tom, Toquinho e Miúcha, no Canecão.

1978

Excursiona pela Europa com Toquinho.
Casa-se com Gilda de Queirós Mattoso, que conhecera em Paris.

1979

Leitura de poemas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, a convite do líder sindical Luís Inácio da Silva.
Voltando de viagem à Europa, sofre um derrame cerebral no avião. Perdem-se, na ocasião, os originais de Roteiro lírico e sentimental da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

1980

É operado a 17 de abril, para a instalação de um dreno cerebral.
Morre, na manhã de 9 de julho, de edema pulmonar, em sua casa, na Gávea, em companhia de Toquinho e de sua última mulher.Extraviam-se os originais de seu livro O dever e o haver.

CHICO BUARQUE

1944
 

No dia 19 de junho nasce, na Maternidade São Sebastião, no Largo do Machado, Rio de Janeiro, Francisco Buarque de Hollanda, o quarto dos sete filhos do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda e da pianista amadora Maria Amélia Cesário Alvim.

1949 

Aos cinco anos de idade parece surgir seu primeiro interesse pela música, materializado sob a forma de um álbum de recortes com fotos de cantores do rádio.

1953 

Sérgio Buarque é convidado para dar aulas na Universidade de Roma e a família muda-se para a Itália. Ao partir para a Europa, se despediria da avó com um profético bilhete: "Vovó, você está muito velha e quando eu voltar eu não vou ver você mais, mas eu vou ser cantor de rádio e você poderá ligar o rádio do Céu, se sentir saudades". 
Compõe suas primeiras "marchinhas de carnaval" e torna-se trilingüe, falando inglês na escola (norte-americana) e italiano nas ruas.

1954 

Durante a estada da família na Itália, costumava ficar "instalado no alto da escada, quando o mandavam dormir, para não perder a conversa dos pais" com amigos. A casa, em Roma, é freqüentada por personalidades da cultura brasileira, entre elas Vinicius de Moraes, de quem, mais tarde, se tornaria amigo e parceiro. A família volta a residir no Brasil.

1956/57 

Sua irmã Ana de Hollanda, a "Baía", conta que aos doze, treze anos de idade, já de volta a São Paulo, Chico compôs "umas operetas" que eram cantadas em conjunto com as irmãs mais novas, Ana, Cristina e Pii.
A família muda-se para um casarão na rua Buri, a poucos quarteirões do estádio do Pacaembu. Embora fosse um apaixonado torcedor do Fluminense, a camisa que seu ídolo vestia era a do Santos. Seu nome: Paulo César de Araújo, o Pagão, nome que Chico adota até hoje, em homenagem ao craque, quando veste a camisa número 9 de seu time de futebol, o Politheama. Alguns amigos brincam, afirmando que Chico só se tornou músico porque não conseguiu brilhar no futebol.

1961 

Publica suas primeiras crônicas no jornal por ele batizado de Verbâmidas, do Colégio Santa Cruz. Sonhava um dia vê-las publicadas nas grandes revistas semanais, ao lado de cronistas consagrados.
Sua primeira aparição na imprensa, entretanto, não foi na seção cultural, como imaginava, mas nas páginas policiais do jornal Última Hora de São Paulo. Chico e um amigo "puxaram" um carro para dar umas voltas pela madrugada paulista, uma brincadeira comum na época. A diversão acabou na cadeia. A manchete destacava: "Pivetes furtaram um carro: presos" e estampava a foto dos dois menores, com os olhos cobertos pelas tarjas pretas. A pena imposta pelo juiz dizia que até que completasse 18 anos Chico não poderia sair sozinho à noite.

1963 

Ingressa na FAU - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Frustrando o desejo da avó materna, Maria do Carmo, que sonhava ver o neto desenhando cidades, Chico abandonaria o curso três anos depois. Um dos ingredientes para a decisão é o clima de repressão que toma conta das universidades após o golpe militar de 1964.

1964

Apresenta-se pela primeira vez em um show, no Colégio Santa Cruz. A música Tem mais samba, feita sob encomenda para o musical Balanço de Orfeu - e que Chico ainda hoje considera o marco zero de sua carreira - também é desse ano, quando novos talentos começam a despontar na Música Popular Brasileira, abrindo caminho para a era dos festivais. O espetáculo mais célebre de então seria organizado no teatro Paramount, na avenida Brigadeiro Luiz Antonio, em São Paulo, e ficou conhecido como O fino da bossa, comandado por Elis Regina. No palco de O fino da bossaestariam, entre outros, Alaíde Costa, Zimbo Trio, Oscar Castro Neves, Jorge Ben, Nara Leão, Sérgio Mendes e Os Cariocas.

É realizado, no auditório do Colégio Rio Branco, o show Primeira audição, abrindo espaço para os músicos da nova geração. É lá que Chico mostra, entre outras, a sua canção Marcha para um dia de sol.

1970

Seu retorno ao Brasil é marcado pelo "barulho" organizado por recomendação de Vinicius de Moraes: muita gente o esperando no aeroporto, manifestações de amigos, entrevistas à imprensa e um show marcado na boate Sucata para lançar seu quarto LP, um disco de transição, gravado em circunstâncias complicadas. Afasta-se do samba tradicional, variando mais a linha das composições e revelando novas influências como a toada, emRosa dos ventos, até o iê-iê-iê italiano em Cara a cara. A mudança se reflete também nas letras, nas quais ele parece desvencilhar-se explicitamente do lirismo nostálgico e descompromissado que antes parecia identificá-lo.
Compõe Apesar de você, uma resposta crítica ao regime ditatorial no qual o país ainda estava imerso. Surpreendentemente, a música passaria incólume pela censura prévia e se tornaria uma espécie de hino da resistência à ditadura. Depois de vender cerca de 100 mil cópias, a canção é censurada, o disco é retirado das lojas e até a fabrica da gravadora é fechada. Para o público, não havia dúvidas: o "você" da música era o general Emílio Garrastazu Médici, então presidente da República, em cujo governo foram cometidas as maiores atrocidades contra os opositores do regime. Ao ser interrogado sobre quem era o "você" da canção, Chico responde: "É uma mulher muito autoritária". Após este episódio, o cerco às suas composições endurece.

Participa do Circuito Universitário, com shows promovidos pelos centros acadêmicos das universidades por artistas com dificuldades em mostrar seu trabalho nos meios de comunicação.

Ao lado, entre outros nomes, do arquiteto Oscar Niemeyer, do editor Ênio Silveira, e de seu próprio pai, participa do Conselho do Cebrade - Centro Brasil Democrático - organização de intelectuais publicamente comprometidos com a luta contra a ditadura. A aproximação com o Cebrade lhe valeria, durante bom tempo, o rótulo de membro da "linha auxiliar" de um dos dois partidos comunistas brasileiros, o PCB, pró-Moscou.

1971

Em abril, é vetado integralmente pela censura seu samba Bolsa de amores, composto como brincadeira para Mario Reis, um aplicador contumaz das Bolsas de Valores. A alegação: a letra era ofensiva à mulher brasileira. O LP sai com uma faixa a menos que as doze habituais.
Rompe com a TV Globo e cancela sua inscrição, junto com outros convidados, no VI Festival Internacional da Canção, em sinal de protesto contra a censura e a tentativa de se utilizar o festival como veículo de propaganda a serviço da ditadura.

1980

Fecha contrato com a gravadora Ariola, após doze anos de Polygram. Por ironia do destino, a própria Polygram compraria a Ariola no ano seguinte.
A pedido da bailarina Marilena Ansaldi, faz as músicas para a peça Geni.
Participa da festa do Avante, órgão oficial do Partido Comunista Português, e do projeto Kalunga, em Angola, onde se apresenta, com mais 64 artistas brasileiros, por todo o país. A renda dos shows é destinada à construção de um hospital.
O cineasta argentino Maurício Berú realiza o documentário Certas palavras, sobre Chico Buarque, com participação - em números especiais ou depoimentos - de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Vinícius de Moraes (que é filmado pela última vez), Toquinho, Francis Hime, Ruy Guerra, Miúcha, Sérgio Buarque de Hollanda e outros amigos e familiares.
Ainda em 1980, faz duas músicas para a peça O Último dos Nukupirus, de Ziraldo e Gugu Olimecha.
Lança o LP Vida, que traz, entre outras, a música Eu te amo, feita especialmente para o filme homônimo de Arnaldo Jabor.

1981

Participa, juntamente com Sérgio Bardotti, Antônio Pedro e Teresa Trautman, do roteiro de uma produção milionária: o filme Saltimbancos trapalhões, estrelado pelos Trapalhões.

Após 17 anos na gaveta, o livro A bordo do Rui Barbosa, poema escrito entre 63 e 64, é publicado com ilustrações do amigo Valandro Keating.
Lança os discos: Almanaque e Saltimbancos trapalhões.

1983/84

Em 1983 compõe o samba Vai passar, que no ano seguinte, apesar de Chico negar qualquer relação da música com o movimento, se tornaria uma referência na campanha pelas "Diretas já", da qual participa ativamente.
Para o filme Perdoa-me por me traíres, de Braz Chediak, compõe Mil perdões; para a peça Dr. Getúlio, de Dias Gomes e Ferreira Gullar, compõe a música de mesmo nome; escreve o roteiro e faz várias canções para o filme Para viver um grande amor, do cineasta Miguel Faria Jr. Sai o disco O grande circo místico.
Apresenta-se, depois de nove anos longe dos palcos, no Luna Park, de Buenos Aires. Um encontro-surpresa com o ídolo Pagão, ex-jogador do Santos Futebol Clube - preparado pelo diretor Roberto de Oliveira - ocorre durante as gravações de um especial para a TV Bandeirantes. Pela primeira vez na história do Politheama, Chico não assina "Pagão" na súmula, nem veste a camisa nove durante o jogo.
Lança o disco Chico Buarque 1984.


  1985

Trabalha na elaboração do roteiro e compõe novas canções para o filme Ópera do malandro, de Ruy Guerra, baseado em sua peça. Com Edu Lobo, compõe as músicas para a peça O corsário do rei, de Augusto Boal.

1986

Comanda, ao lado de Caetano Veloso, o programa de televisão, Chico e Caetano, que permaneceu por sete meses na programação da Rede Globo, reunindo nomes expressivos da Música Popular Brasileira, além de estrelas internacionais.

Compõe As minhas meninas para a peça As quatro meninas e, finalmente, coloca letra na canção Anos dourados, uma parceria com Tom Jobim, encomendada pela Globo para ser o tema musical da minissérie de mesmo nome. A minissérie havia ido ao ar com a canção sem a letra porque Chico demorou a escrevê-la, ou como disse numa entrevista "a minissérie é que foi precipitada".

1987/88

Lança o disco Francisco e volta aos palcos dirigido por Naum Alves de Souza. Em 1988, compõe com Edu Lobo as canções para o balé Dança da meia-lua.

1989

Compõe Trapaças, para o filme Amor vagabundo, de Hugo Carvana, onde faz uma ponta interpretando sua própria criação, Julinho da Adelaide.

A editora Companhia das Letras publica o songbook Chico Buarque Letra e Música, com prefácios de Tom Jobim e Eric Nepomuceno, e o texto Gol de letras, de Humberto Werneck. Lança o disco Chico Buarque.


1991/92

Lança seu primeiro romance, Estorvo, publicado pela Companhia das Letras, com o qual ganha o "Prêmio Jabuti de Literatura". Os direitos de publicação de Estorvo são rapidamente vendidos para sete países: França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Estados Unidos e Portugal. Neste último, a venda atingiu 7.500 exemplares em apenas três dias, surpreendendo a Editora Dom Quixote.

1994/95

Sobe aos palcos, em janeiro de 94, para fazer o show do disco Paratodos, lançado no final de 93 e que é recebido com grande expectativa depois de um jejum de quatro anos sem gravar.
Participa da "Campanha Nacional Contra a Fome e Pela Cidadania", do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.
Escreve o segundo romance, Benjamim, que, lançado em 1995, recebe críticas desfavoráveis de parte da crítica literária, não obstante o sucesso de vendas e os elogios de grandes nomes da literatura.

1996

Nasce, no dia 24 de agosto, no Rio de Janeiro, o neto Francisco Buarque de Freitas, filho de sua filha Helena Buarque e do músico baiano Carlinhos Brown.

Participa da "Campanha pela Paz no Futebol".

1997



Participa do disco Chico Buarque de Mangueira, com regravações de clássicos dos compositores da escola e com uma composição inédita sua, em parceria com Hermínio Bello de Carvalho: Chão de esmeraldas.
Com duas canções inéditas (Levantados do chão Assentamento) e duas regravações (Brejo da Cruz Fantasia), grava um CD para o livro Terra, do fotógrafo Sebastião Salgado, publicado com texto do escritor português José Saramago. O trabalho foi lançado no dia 17 de abril, véspera do aniversário do massacre de trabalhadores sem-terra em Eldorado dos Carajás, região Norte do Brasil.


1998

É o homenageado no desfile em que a Mangueira sagrou-se campeã do carnaval de 1998.
De Paris, escreve artigos para os jornais O Estado de S. Paulo e O Globo durante a Copa do Mundo.

O CD As cidades, com sete canções inéditas e quatro regravações, chega às lojas cinco anos depois de Paratodos. É seu primeiro trabalho lançado na Internet.

2000

O filme Estorvo, de Ruy Guerra, concorre à Palma de Ouro do 53º Festival Internacional de Cinema de Cannes. Baseado em romance homônimo de Chico, é uma co-produção de Brasil-Cuba-Portugal. Traz no elenco o cubano Jorge Perugorría e os brasileiros Bianca Byington, Leonor Arocha e Tonico Oliveira.
A versão cinematográfica de Estorvo marca mais uma parceria de Ruy Guerra e Chico. Eles já haviam trabalhado juntos na peça Calabar e na adaptação para o cinema do musical A Ópera do Malandro.


2001

Faz as letras para as canções de Edu Lobo para a peça Cambaio de Adriana e João Falcão

2002

Sai, pela BMG o CD DUETOS que reúne 14 das mais de 200 participações de Chico cantando com outros artistas. Neste CD participam Elza Soares, Mestre Marçal, Ana Belén, Nara Leão, Zeca Pagodinho, Sergio Endrigo, Nana Caymmi, Johnny Alf, Pablo Milanés, João do Vale, Dionne Warwick, Miúcha, Tom Jobim e Elba Ramalho. 
 
É lançada também a caixa Construção, que reúne em CD os álbuns publicados entre 1966 e 1985 e traz de bônus um cd com 19 outras canções, em sua maior parte, duetos com outros artistas (Elis Regina, Fagner, Toquinho, Nara Leão, Milton Nascimento, Djavan, MPB 4, Nara Leão, Pablo Milanés, Trio Esperança, Quarteto em Cy, MP4 e Zizi Possi). 

2003

Chega aos cinemas o Filme Benjamim, dirigido por Monique Gardenberg, e que tem no elenco Paulo José, Cléo Pires, Danton Mello e Chico Diaz. 
 
A Cia. das Letras publica BUDAPESTE, seu terceiro romance. O livro fica na lista de mais vendidos por diversos meses e, na seqüência é traduzido para mais de 6 idiomas. 
 
O documentário Chico ou O País da Delicadeza Perdida, do selo Videofilmes Produções Artisticas, com direção de Walter Salles e Nelson Motta sai em DVD. 
 


 
 










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